A campanha eleitoral para a prefeitura de Palmas já começou para alguns. É o caso do ex-senador Eduardo Siqueira Campos (UB) e da deputada estadual Janad Valcari (PL). Foram os dois os protagonistas (direta ou indiretamente) do primeiro embate das eleições municipais do ano que vem, tendo como cenário o União Brasil. Eu explico…
Eduardo Siqueira Campos assumiu publicamente no mês passado a intenção de disputar a eleição em Palmas. Político experiente e habilidoso, Eduardo ocupou espaço na imprensa, agendou a discussão política da Capital durante algumas semanas e movimentou o cenário. Não chegou a criar um “fato social total” como teorizou o sociólogo Marcel Mauss, discípulo de Émile Durkheim, de quem aperfeiçoou a teoria. Mas, sem dúvida, provocou um impacto no Campo Político, pensado pelo teórico Pierre Bourdieu. Prova disso é que acusaram o golpe.
Não demorou para que uma reação fosse tomada. O deputado federal Carlos Gaguim foi nomeado presidente do União Brasil em Palmas, o mesmo partido de Eduardo Siqueira Campos. Isso faz com que a decisão da escolha do candidato do partido a prefeito da cidade passe, necessariamente, por Gaguim.
Outro ponto importante é que o vereador Rubens Uchôa foi escolhido vice-presidente do UB da Capital. Uchôa é um dos mais fiéis aliados de Janad Valcari. Ele foi vice-presidente da Câmara de Palmas, quando Janad era presidente. Disputou uma vaga de deputado federal na eleição passada numa dobradinha estratégica com Janad em Palmas, que concorreu à vaga na Assembleia.
Depois, Gaguim deu declarações, propagadas pela imprensa, que Janad seria sua preferida para disputar a prefeitura de Palmas. Isso foi o necessário para o contra-golpe. Foi quando a deputada estadual Vanda Monteiro, entrou na discussão. Vanda foi a candidata do PSL (que deu origem ao hoje UB junto com o DEM) à prefeitura de Palmas em 2020 e tem forte representatividade na Capital. Ao lado de Eduardo Siqueira Campos, Vanda engrossou o coro de insatisfação com o caso de um representante do UB declarar apoio prévio à pré-candidatura de alguém de outro partido, desprezando a vontade (já manifestada) de um colega de legenda.
Eduardo e Vanda chegaram a divulgar um manifesto que disse: “é inimaginável que um dos integrantes da nossa agremiação esteja lançando um nome alheio aos quadros partidários, como se neles não houvesse nomes de valor”. Uma menção clara a Gaguim.
A senadora Professora Dorinha, presidente estadual do UB, que até então permanecia em silêncio observando a peleja, antecipou para esta segunda-feira (17) a eleição do Diretório Estadual do partido, que venceria dia 30 deste mês. Reorganizou a legenda e buscou esfriar os ânimos internos. Aparentemente conseguiu. Dorinha mantém o domínio no UB, colocando aliados fiéis em cargos importantes do Diretório. Além de colocar lado a lado os divergentes (Gaguim x Eduardo e Vanda), na tentativa de demonstrar união dentro do partido.
Fato é que mesmo que tenha esfriado, esse caldo continua borbulhando e, se não controlado, corre o risco de entornar.