Em política, não se deve antecipar problema
Em política, não é prudente antecipar problemas. Quem gosta de fazer isso é a imprensa, quando analisa cenários futuros tentando, legitimamente, adivinhar situações e prever o que pode acontecer.
Mal saímos da eleição de 2022 e já começamos a conviver com projeções sobre o pleito de 2026. Uma atitude absolutamente natural para a imprensa.
Cada movimento feito pelos personagens da política no Estado é motivo para elucubrações sobre a disputa ao Governo do Tocantins em 2026. A filiação do prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues, ao União Brasil da senadora Professora Dorinha é um exemplo. Wagner foi eleito sob a égide de Ronaldo Dimas (PL), ex-prefeito da cidade e candidato que disputou o Palácio Araguaia em 2022 contra o governador Wanderlei Barbosa. O fato do prefeito se filiar ao partido dirigido por Dorinha já despertou na imaginação de analistas a possibilidade da senadora concorrer ao Governo em 2026. Questionada, Dorinha respondeu que essa é uma discussão que deve ser feita na hora certa pelo grupo político ao qual faz parte, que tem o governador Wanderlei Barbosa como figura mais expoente. Uma resposta sensata de quem quer evitar futurologias desnecessárias neste momento.
O fato de Wagner filiar-se ao União Brasil diz mais sobre o prefeito do que sobre a senadora Dorinha. Há algum tempo o prefeito de Araguaína estava procurando um partido para se filiar, pois não via no Solidariedade (partido que o elegeu em 2020) o suporte necessário para a disputa do pleito do ano que vem. Por isso, vinha conversando com líderes de diversas legendas e encontrou no União Brasil um caminho mais seguro para sustentar seu projeto de reeleição. Além de contar com o suporte em Brasília de uma senadora (Dorinha) e um deputado federal (Carlos Gaguim) do União Brasil do Tocantins.
Para a senadora, ter em seu partido o prefeito da segunda maior cidade do Estado com chances de reeleição fortalece ainda mais a legenda. Qual presidente de partido diria não para um pedido de filiação do prefeito Wagner?
Digo isso, porque cabe à imprensa o papel de prever movimentos dos protagonistas políticos, fazendo a leitura de possíveis cenários que podem se construir. Mas aos políticos cabe a paciência e a prudência. Até a eleição de 2026 ainda temos mais de 3 longos anos e uma eleição municipal pelo caminho. O céu que vemos hoje no cenário político, com certeza será diferente do que será visto amanhã e principalmente daqui 3 anos. Muita coisa ainda há de acontecer na política tocantinense até a eleição de 2026.