O deputado federal Eli Borges fez críticas duras sobre o trabalho na Câmara dos Deputados, durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça. A queixa, segundo o parlamentar, é sobre a tramitação das matérias na Casa. Para Eli Borges, a Câmara está perdendo seu principal papel que é o debate das matérias que são relevantes para a sociedade. (Veja o vídeo abaixo)
“Estou preocupado com uma situação desse Parlamento. De um ano para cá, as coisas não estão acontecendo como se aqui fosse o principal foro das leis. Eu fico me perguntando aqui, senhor presidente, o que vamos fazer com as comissões deste parlamento. Parece-me que as comissões do parlamento perderam a sua importância. E aqui é onde flui melhor os debates”, reclamou Eli Borges.
O deputado chegou a listar os pontos que ele considera preocupante sobre o trabalho do parlamento. O primeiro ponto abordado é o grande número de requerimentos de pedido de urgência em votações. “Praticamente todas as matérias do plenário são aprovadas por requerimento de urgência, que despreza as comissões”, pontua o deputado.
Outra queixa é a utilização de comissões especiais ou grupos de trabalho para discutir assuntos importantes para a sociedade, o que evita uma ampla discussão desses projetos nas comissões permanentes.
A divulgação da Ordem do Dia, que é a pauta com os assuntos que serão votados em plenário, tem sido feita pouco tempo antes do início da sessão e isso, segundo o Eli Borges, tem impedido que os deputados conheçam mais profundamente os projetos que estão sendo votados.
Outro item questionado pelo deputado é o rito de votação em plenário. “As vezes nós sabemos do relatório e do jabuti dentro do relatório da comissão exatamente naquele momento que não dá para fazer mais nada, como apresentar um destaque e uma emenda”, disse.
O deputado Eli Borges ainda fez um apelo aos parlamentares. “Chamo a atenção dos deputados de esquerda e de direita, não importa, para que a gente volte a valorizar as comissões e desprezemos as tentativas de requerimentos de urgência, que nós não participamos efetivamente e as tentativas de comissão especial, porque as comissões precisam ser respeitadas neste parlamento”, concluiu.