O debate sobre a Reforma da Previdência no Estado levantou dúvidas sobre a sanidade financeira do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev). A informação é que o órgão estaria passando por problemas financeiros, com o Governo do Estado tendo que fazer aportes mensais para auxiliar a instituição.
O presidente do Conselho Administrativo do Igeprev, Kledson Moura, disse em entrevista do programa 60 Minutos que hoje o que é arrecadado com a contribuição previdenciária no Tocantins paga a folha de pagamento dos aposentados, mas essa conta deve ficar deficitária em pouco tempo.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, deputado Nilton Franco, chegou a dizer que “ninguém sabe sobre a situação do Igeprev”, falando que as contas da instituição seria uma “caixa preta”, referindo-se ao fato da falta de transparência das movimentações financeiras realizadas pelo instituto.
Essa situação levou o deputado estadual Junior Geo a redigir um requerimento pedindo a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Igeprev. “Desde 2005 há um mau uso, má gestão, desvios e aplicações irregulares no Igeprev. Valores atualizados já apontam mais de R$ 6 bilhões desviados. Nós temos mais de 30 fundos que estavam à beira da falência que foram utilizados para aplicações que, atualizadas, chegam a R$ 2 bilhões”, revelou Júnior Geo.
Mas, ao que tudo indica, esse requerimento não irá muito longe. Isso porque o parlamentar não tem encontrado o mesmo interesse dos colegas parlamentares de investigar as contas do Igeprev. Nem mesmo os parlamentares que são servidores públicos do estado se propuseram a assinar o requerimento.
Até agora, apenas a deputada Janad Valcari declarou apoio a abertura da CPI. Em pronunciamento na manhã desta quarta-feira (22) na Assembleia, Janad defendeu a instauração da CPI, dizendo que é preciso esclarecer as suspeitas sobre o instituto.
Geo precisa da assinatura de oito deputados estaduais para formalizar o pedido da abertura da CPI à presidência da Casa.